Ensinando visualização de dados para crianças
Uma das habilidades requeridas para profissionais de dados é a capacidade de criar visualizações de dados que falem por si só, então é comum imaginar que usar ferramentas sofisticadas como Power BI ou uma linguagem de programação como Python sejam imprescindíveis. Contudo, e se nosso “cliente” for uma criança? Como poderíamos simplificar a tarefa de criar uma visualização a ser criada pela própria criança?
Neste artigo não trato sobre ferramentas de visualização nem de linguagens de programação. Aqui o assunto é sobre como resolver um problema de forma criativa e como isso pode ser alcançado.
Há pouco tempo, o Léo, meu filho de cinco anos, estava folhando o álbum de figurinhas da copa do mundo de futebol e viu uma tabela (essa ao lado) que relacionava os anos das copas e as respectivas seleções vencedoras, foi quando ele se virou para mim e perguntou: “Papai quantas Copas o Brasil já ganhou?”.
Ele preencheu a tabela com a minha ajuda, porém não teve muitas dificuldades e foi ficando animado ao ver que o Brasil estava ficando em posição mais alta na tabela. Ao final do preenchimento eu fiz algumas perguntas para ele:
- Quem venceu mais Copas?
- Quantas Copas o Brasil ganhou?
- Quantas Copas a França ganhou?
- Quantos países venceram Copas?
- Quem está mais próximo de ficar igual ao Brasil em número de Copas?
Sem ferramentas sofisticadas, apenas com papel e lápis consegui encontrar uma forma simples, rápida e divertida para o Léo responder às questões sobre a Copa. Perguntas que inicialmente poderiam ser respondidas com a tabela original, porém fazendo mais observações e ainda correndo o risco de chegar a respostas incorretas.
Muitas vezes profissionais de dados não precisam de ferramentas sofisticadas para apresentar uma visualização de dados. É necessário sim algum esforço para identificar uma forma mais simples e talvez isso não seja uma tarefa fácil para qualquer pessoa, pois o processo de criação envolve conhecimento prévio e experiência.
Feynman ensinava que para se chegar ao ponto de fazer algo complexo parecer simples era necessário treinar diversas vezes. Contudo repetir algo a exaustão pode não ser suficiente. Para surpreender seu “cliente”, mesmo que ele nem perceba isso, também é necessário ser criativo, buscando formas não usuais para propor soluções que sejam fáceis até mesmo para uma criança entender.
Vendo o meu filho fechar o álbum esbocei um sorriso de satisfação e imaginei Feynman me dizendo: “Good job, you got it!”
Sobre Richard Feynman: https://en.wikipedia.org/wiki/Richard_Feynman
Método Feynman de Aprendizado: https://www.bbc.com/portuguese/geral-36750825
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